terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Autoconhecimento: O Reconhecimento do Eu Real

Satsang nos mostra a importância da devoção e do autoconhecimento. Autoconhecimento não é o conhecimento do “eu”, deste falso “eu”. Nós empregamos essa palavra “autoconhecimento” nos referindo ao verdadeiro conhecimento, ao reconhecimento do Eu Real, que é o Ser. E esse “verdadeiro conhecimento” é o desconhecido. Isso é o que nos habilita a alcançar essa Completude, essa Verdade Última sobre nós mesmos.
Então, esse caminho da autoinvestigação, essa jornada, implica em uma rejeição total da ilusão da mente egoica, de toda essa nossa usual atividade mental, mesmo a mais elevada. É necessário abandonar essa ilusão; a mente egoica é pura ilusão. É para isso que você está hoje nesse encontro.
Aquele que compreendeu inteiramente a futilidade dessa busca pela Felicidade, pela Verdade, pela Benção e Graça de Deus nesse mundo mental, nesse mundo da dualidade, pode empreender essa jornada de retorno, esse pode voltar-se para a Fonte, através da autoinvestigação e da devoção, e descobrir que o Coração é o lugar onde a Verdade está assentada. Você realiza isso dentro de si mesmo, indo além da mente, além da ilusão desse falso “eu”. Então, a Meditação se torna a inteira compreensão dessa devoção, entrega e rendição à Verdade, e você pode empreender lentamente esse retorno, essa jornada, para descobrir a si mesmo, descobrir Aquilo que Você é, a Verdade sobre Você. Quando você descobre a futilidade da busca pela Verdade nesse mundo da dualidade, você está pronto para esse momento.
O mundo dos nomes, das formas, das imagens, das aparências, faz parte desse sonho. Esse é o mundo conhecido, é o mundo da mente, dos pensamentos. E é nesse mundo que a mente egoica, em seu sonho, se move. Na Índia, eles chamam isso de Avydia, que significa ignorância; é quando a mente egoica toma nomes e formas, e se separa da Realidade como uma entidade, como alguém presente Aqui e Agora. Essa é a ilusão, a ignorância, Avydia. Toda a sua visão do mundo é Avydia, é a visão particular de uma entidade separada. Você não está diante da Realidade; você está se confundindo com a mente, e assim, toda a sua visão é da dualidade, da separação.
Não há nenhuma verdade no pensamento. Pensamento é só a imaginação de nomes e formas; algo dentro do conhecido. Enquanto essa ilusória identidade não se convencer da impossibilidade de encontrar Felicidade, Paz e Liberdade do lado de fora, a ilusão irá continuar. A Verdade está no desconhecido e não no conhecido. Todos os seus desejos estão dentro do conhecido. É necessário conhecer a necessidade do fim do conhecido. Essa é a informação nesse encontro para você. Conhecer que não precisa conhecer, absolutamente, nada! Esse é o paradoxo da Verdade. Vocês estão cheios de conhecimento, cheios do conhecido e, portanto, cheios de desejos. Enquanto não houver intimamente esse total convencimento de que não se pode encontrar essa Felicidade no mundo dos objetos, como é que essa Liberação se tornará disponível a ser alcançada, a ser realizada?
Essa perfeita Felicidade, essa completa Liberdade, esse total Amor, é a natureza do verdadeiro Eu, é a natureza do Ser. Então, o seu único e legítimo desejo é pela Real Felicidade. Desejar a Felicidade é algo muito legítimo; todos os seres desejam a Felicidade, e não há nenhum problema nisso; isso é o que todos intimamente procuram, embora não tenham consciência disso. O problema está na busca desse desejo nos objetos, na experiência da própria mente, no conhecido.
Portanto, todos os desejos são um desejo pelo Ser. No entanto, quando essa busca se dirige a objetos, ela está dentro da mente egoica, e esse é o problema. Porque isso está dentro da dualidade, da ilusão da separação. Por isso, é fundamental compreender a verdadeira natureza do desejo. Então, o desejo termina quando a mente retorna para a própria Fonte. Assim, ela sai dos objetos, do sonho, da ilusão, da dualidade. Avydia termina e, então, você está de volta em casa.
A verdade do desejo é a busca por Deus, é a busca pela Verdade, é a busca pelo verdadeiro Ser. Quando ela se dirige para os objetos, o sentido egoico aparece, o sentido da dualidade, da mente separatista aparece. Todos estão no desejo, buscando a Felicidade. A busca pela Felicidade nasce desse desejo de encontro consigo mesmo. Inclusive aquele que diz não acreditar em Deus está em busca da Felicidade, então, ele está em busca de Deus, está em busca de Si mesmo, está no desejo pela Verdade.
Só há Deus em toda parte. Deus a procura de Si mesmo. Quando Deus procura a Si mesmo, o jogo começa.
*Transcrito a partir de uma fala em um encontro online na noite de 15 de Novembro de 2017 – Encontros online todas as segundas, quartas e sextas às 22h (exceto em períodos de retiros) – Para informações sobre o app Paltalk e instruções de como participar, clique aqui.

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