terça-feira, 30 de janeiro de 2018

A Real Meditação

Olá, pessoal. Boa noite! Sejam bem-vindos a mais esse encontro aqui pelo Paltak.
É sempre maravilhoso estarmos juntos! É sempre um momento de grande importância para todos nós. Nesses encontros estamos procurando compartilhar com você qual é o real significado daquilo que todos procuram, o significado real da busca de todos... O que estamos, de fato, buscando é qual o significado real da felicidade.
É algo muito habitual a mente buscar um significado para as coisas que acontecem ou procurar dar um significado para isso. A vida comum, a vida humana, tem se mostrado bastante complicada em razão disso. A mente, quando procura um significado para o que acontece ou dá um significado ao que acontece, sempre traduz isso dentro de sua limitação. Basicamente, aí está o sentido da ilusão pessoal.
A Vida tem uma amplidão, extensão, ou uma representação que o intelecto jamais será capaz de definir – a mente não pode alcançar isso. A Vida nunca se mostrará a você... Você não tem como apanhar o significado dela, pois ela sempre permanecerá como algo desconhecido. Por mais que o pensamento procure traduzir, interpretar isso, e sentir-se à vontade com essa ocupação, tudo o que a mente pode fazer, aqui, é criar uma imaginação – ela vai falsear a Realidade!
Quando você vem a Satsang, quando nos colocamos nessa posição, na qual nos encontramos nessa noite, temos a oportunidade de nos abrir ao desconhecido. Embora jamais você possa capturar Isso, apesar de jamais conseguir, de alguma forma, capturar o significado da Vida, o significado da Verdade ou o significado da Felicidade, Isso é algo que você pode viver. Conhecer intelectualmente, explicar intelectualmente, traduzir intelectualmente... Jamais! Mas, o Mistério, a Verdade, o Desconhecido, a Vida, a Felicidade pode ser vivida.
Todos acompanham isso?
Então, quando estamos em Satsang, estamos convidando você a ver Isso, fazendo-lhe uma convocação para você olhar de perto essa Realidade, essa Realização, que é a Realização de sua Natureza Verdadeira, porque você é a Vida. Porém, Isso não é possível dentro dessa ilusão, do pensamento comum, dessa crença de “ser alguém”. O Despertar, a Iluminação, a Realização de Deus, da Verdade, é assumir aquilo que você É, e o que você É, em sua Natureza Real, é a impessoalidade.
Esses “graves” problemas humanos (porque é assim que os problemas são considerados) estão assentados nessa ilusão, que é a ilusão da egoidentidade. Nela não há Verdade, Felicidade, Paz, Amor, nem a Inteligência; nela não há o fim do sofrimento. Tudo isso é possível quando essa ilusão termina, não está mais aí. Foi para isso que você nasceu! Você nasceu para descobrir a Verdade de Deus; nasceu para reconhecer Aquilo ou Quem você É e o reconhecimento disso é o fim dessa ilusão – a ilusão de ser uma entidade separada da Vida, do Todo, da Verdade, de Deus, da Felicidade, da Inteligência e da Liberdade.
Essas falas são profundamente desafiadoras, porque elas desafiam você a parar de sofrer e isso representa, para a mente, um grande absurdo, algo de fato inconcebível. É verdade! Na mente o fim do sofrimento é impossível, porque nela o fim da ilusão, do sentido de separação, é impossível, entretanto, esse é o desafio.
Ver a “mente” aqui significa “conhecê-la”, ou seja, ver aquilo que, de fato, ela representa, que é a imaginação, apenas. É uma quantidade enorme de conceitos, de crenças, de pensamentos e de imagens com os quais você se confunde, embola, mistura, preenche, e assim você aparentemente se afasta de sua Identidade Real, daquilo que, na verdade, você É. Reparem que essas falas estão sempre dizendo algo muito básico e bastante direto. Não temos, aqui, interesse em fazer rodeios. Queremos sempre ir direto ao ponto, àquilo que de fato nos interessa e o que nos interessa, aqui, é descobrir quem verdadeiramente você é, ou O que você é.
O Ser não é “alguém” que se descobre, então, não se trata de quem você É. O Ser é a Realidade Indefinível, Indescritível, o Puro Desconhecido. Então, não se trata de quem “você” é, mas O que é você, O que verdadeiramente É.
Todos que estão a sua volta representam, dentro do campo da mente, uma parte dessa crença. Para você, todos que o cercam, do ponto de vista da mente, fazem parte dessa mesma imaginação. Todos coparticipam dessa mesma crença – é algo comum a todos – e isso significa um obstáculo de grande consideração. Em outras palavras: todos a sua volta representam aquilo que você acredita ser; todos parecem “pessoas” e você os vê assim, como vê a si mesmo. Ir além disso tudo é algo que requer uma entrega profunda, absoluta, sem reservas.
É muito fácil chegar aqui e dizer para você: “Você é Isso!”. Será muito fácil depois você sair repetindo isso. Mas, a repetição disso, a afirmação verbal, intelectual, disso não é a Realidade; é somente mais uma crença! Então, se faz necessário um trabalho bastante real nessa direção e é isso que estamos propondo a vocês, dentro desses encontros. Se pudéssemos dar conta disso aqui pelo Paltak – em outras palavras, resolver isso aqui pelo Paltak –, seria ótimo, assim como, através de uma fala, da leitura de alguns livros ou assistindo a alguns vídeos. Entretanto, com pesar, informo a vocês que isso não é possível.
Eu ficaria muito feliz se todos que entrassem nessa sala despertassem com apenas alguns encontros, aqui. Porém, esse Despertar não acontece dessa forma. Ele tem um modo de acontecer e não temos como conhecer um caminho secreto para indicar para vocês. Confesso que, se eu conhecesse um caminho secreto, indicaria esse caminho para vocês. O Céu é algo muito desejável – todos querem ir para o Céu. Então, se eu conhecesse uma portinhola secreta, eu até tentaria ajudar a todos que estão nessa sala, para vocês passarem por essa portinhola e chegarem ao Céu mais rápido.
Realização não é como vocês estão lendo nos livros, nas páginas do Facebook ou assistindo a vídeos no Youtube. Realização é o Estado de Buda, é o Estado de Cristo, é o Estado de Ramana Maharshi, de Jiddu Krishnamurti, de Anandamayi Ma. Realização é você em seu Estado Natural, mas, esse Estado é o fim desse “você”, como você se vê nesse contexto social, neste exato momento.
Alguns estão prescrevendo práticas espirituais de diversos tipos e uma das mais comuns, nos tempos atuais, é a famosa prática da meditação. Eu preciso lhe dizer: a prática da meditação não vai resolver isso. A prática da meditação pode, a princípio, fazê-lo perceber que você não é o corpo, a mente, o pensamento e, portanto, não é uma entidade separada do mundo. Entretanto, a meditação como prática apenas lhe dá lampejos disso. A Meditação, que se define como a Pura e a Direta Realização, não é uma prática; é você assentado em seu Estado Natural! Isso requer a autoanulação – a anulação desse falso “eu” –, de forma total, completa e radical.
Nós temos tratado dessa Real Meditação em Satsang, sobretudo em encontros presencias. A Real Meditação é o final da identificação com a ilusão de um experimentador, aqui e agora. Não se trata de uma prática – meia hora, uma hora por dia, meia hora pela manhã, meia hora pela tarde ou meia hora pela noite. Nada disso! É necessária a entrega de todo medo, de toda escolha, decisão, vontade, crença. Então, descobrimos a Real Meditação, que não é mais uma prática, não é mais uma “portinhola secreta” ou um caminho “rápido” e “seguro”.
Na verdade, a Realização é uma aventura para além do conhecido, que implica o fim de tudo aquilo que a mente conhece. A mente criará inúmeras estratégias, diversas formas de escapar disso, vai se disfarçar de diversas maneiras, irá até se espiritualizar e é capaz, também, de se “iluminar”. Dessa forma, a “pessoa” logo se torna uma pessoa “iluminada”, mas isso não significa, ainda, a Verdade do fim do medo, do sentido de separação e de toda essa ilusão – ela ainda está lá. Ela pode estar sublimada, ter se sutilizado bastante, mas ela continua lá, ainda.
Você acompanha isso? Consegue ouvir isso bem? Não está escandalizado, nem com raiva de mim?
Hoje em dia, fala-se muito de um “despertar” coletivo da humanidade. Eu não vejo assim! No meu modo de ver, a humanidade é o que sempre foi e ela será o que é hoje. A Iluminação não é uma questão para o coletivo. Não se pode falar desta Realização como um movimento em massa acontecendo; isso é mais uma fantasia! A Realização de Deus, a Realização da Verdade é para você, aqui e agora, e não para a humanidade; é para você, que está sendo chamado por esta Graça, por esta Presença, por esta Verdade, porque está no seu momento. Esse não é o momento da humanidade, é o seu momento; não é o momento da massa humana, é o seu momento.
Achamos muito agradável essa ideia de um despertar coletivo da humanidade, porque é algo muito “romântico” e “animador”, é uma visão muito entusiástica da vida, de que “todos estão despertando”. Isso não é verdade! Você está nesse processo de Despertar... A humanidade não! O Despertar é para o fim da ilusão do indivíduo e não para o fim da ilusão da consciência humana, da consciência da humanidade. Você que está diante dessa fala, diante desse encontro, nesse momento, esse é o seu momento! Não imagine o coletivo nisso, porque não há nenhum coletivo nisso. Você está sozinho (a) para Despertar, para reconhecer Aquilo que É, a Verdade sobre si mesmo, sobre si mesma!
Alguma pergunta?
Ok, pessoal! Vamos ficar por aqui. Valeu pelo encontro. Aguardo todos aqui presencialmente. Namastê.
*Transcrito a partir de uma fala em um encontro online na noite de 20 de Dezembro de 2017 – Encontros online todas as segundas, quartas e sextas às 22h (exceto em períodos de retiros) – Para informações sobre o app Paltak e instruções de como participar, clique aqui.

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