sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Mergulhe em seu próprio Ser

Em Satsang, você tem um encontro com a Realidade, com a Verdade, com Deus. Nesse encontro somente um pode prevalecer, permanecer e se mostrar Real. Portanto, esse encontro é algo definitivo. Qual é a importância de estar aqui? Qual é a importância de estar diante desta Graça, desta Presença, do Guru? Podemos falar um pouco sobre isso nesse encontro.
Afinal, o que significa estar em Satsang? Há uma tremenda confusão, na mente, sobre isso. Existem aqueles que colocam a figura do Guru, do Mestre, muito distante, como um objeto, algo separado, como uma figura de autoridade. Nós precisamos ter uma aproximação real acerca disso. Precisamos descobrir o que significa estar em Satsang, o que não é outra coisa senão estar diante desta Presença, desta Graça, que é a Presença e a Graça do Guru!
O que é o Guru?
A mente, em sua confusão, coloca o Guru como uma figura de autoridade, como um elemento separado, mais uma "pessoa" separada. Nós temos falado algumas vezes sobre isso. O Satguru, o Real Guru, não é um “guru”. A palavra guru, na Índia, define aquele que ensina, apresenta, mostra algo. É um termo usado, também, para professores. Então, o Satguru, ou o Guru Real, que é essa Presença, essa Consciência, não é um “guru”, não é um professor. Ele é aquele que EU SOU. Ele é este “Eu Sou” que Sou, o mesmo que O meu Ser. Este é o sentido da Presença do Guru. Quando você vai ao Guru e coloca-se diante de Sua Graça, de sua Presença, você está diante de Si Mesmo – da Consciência, da Verdade, da Realidade, de Deus, do que Você É. Esse é o sentido Real de um Satguru, de um Mestre.
Todos acompanham isso?
Nesse sentido, não há qualquer separação entre você e essa Realidade, entre você e essa Consciência, entre você e essa Presença. Não há separação entre você e Deus, porque o Guru é Deus. Estamos falando daquele que expressa essa Consciência como sua Verdadeira Natureza; não teoricamente, não verbalmente, não como uma crença ou como um professor faz. Então, diante do Guru, você está diante de Deus, dessa Presença, e você não pode substituir isso por outra coisa. O Guru Real não vai ensiná-lo, Ele vai despertá-lo! Ele não vai lhe mostrar alguma coisa, vai lhe revelar o seu próprio Ser. O Guru é o mesmo que “Eu Sou”. Este é o sentido da Presença do Guru.
Quando você o honra, encurva-se diante dele, toca os seus pés, traz presentes e flores, é uma homenagem que faz a Si Mesmo, ao seu próprio Ser. Existe somente Um – O Ser – e nós somos este Ser. Você é o Ser! Você é o Guru! Você é o Mestre! Você é a Presença! Você é a Consciência! Então, honrar o Guru é honrar a Si Mesmo.
Não existe nenhum outro a não ser Você, que é Consciência, Presença, Realidade, Deus! Então, não há nenhuma separação (esta ilusão) entre o discípulo e o Guru. Só há o Guru. A confusão surge quando a mente aparece, criando a separação, a divisão, e essa ilusória figura de autoridade, como se o Guru fosse um e você outro; como se você fosse o discípulo e o Guru o professor. O Guru Real não é um professor. O Guru Real é essa Consciência, essa Presença interna que toma a forma externa na figura do Guru, mas essa figura não está separada dessa Consciência, porque não há nenhuma separação na Consciência. Na sua experiência do mundo – na mente – há a multiplicidade, a variedade de coisas, lugares e pessoas, mas nesta Presença, nesta Consciência, que é o Coração, não há separação.
O Darshan é essa visão da Consciência. É a Consciência contemplando a Si Mesma, vendo a Si Própria, sem qualquer separação. Portanto, não é o Guru sendo adorado ou recebendo homenagem, pois ele não é um elemento externo. Você não se encurva diante de um elemento externo. Deus, como Consciência, como Verdade, é o seu Próprio Ser – É Você sendo Você; É Você como Você.
O Ser, Deus, o Guru, é este “Eu Sou” que Você É. Eu não estou me referindo ao sentido de separação, ao sentido do “eu”, do “mim”, do ego. É o ego que cria essa separação entre você e Deus, entre você e essa Consciência, entre você e essa Realidade. Quando você está em Satsang, essa Realidade, essa Consciência, essa Presença, está falando acerca Dela mesma. É a Isso que você, como Consciência, Verdade, presta adoração e homenagem; diante do qual se encurva e de quem toca os pés. Claro isso?
Precisamos deixar completamente essa ilusão da separação entre o Guru e o discípulo. Isso é uma invenção do pensamento. Há somente essa Presença, a Consciência, a Verdade, essa Realidade, que é Você! Você é o Guru! Eu não falo do seu “eu”, do seu “mim”, do seu ego e do sentido do “eu” presente nessa experiência do corpo, do mundo, da mente. Portanto, render-se ao Guru significa rendição desse sentido de separação; é apenas isso. Deus, Guru e o Ser SÃO! Portanto, eu recomendo a você: encurve-se diante do seu Ser! Ame e reverencie o seu Ser! Renda-se, entregue-se, ao seu Ser!
Até hoje, a sua rendição, a sua entrega, tem sido a essa ilusão da separatividade, que é o seu próprio ego, “eu”, esse próprio “mim”. Quando vem a Satsang, você recebe um novo convite: renda-se ao Guru, à Consciência, ao seu Ser! Renda-se a Isso, a essa Absoluta Realidade, da qual estamos falando nesse encontro. Assim, não haverá conflito, erro. É quando o florescer do Despertar aparece, se manifesta – Aquilo que já está presente se revela!
Portanto, nosso convite em Satsang é: desista da sua vida pessoal! Abandone o sentido da “pessoa”, que é o sentido do controle dessa identidade presente e da ilusão da separação. Essa é a rendição ao Guru, à Consciência, à Presença... Essa é a rendição ao seu próprio Ser, à sua própria Natureza Verdadeira, que é esse Silêncio, essa Liberdade! Esse é o sentido real do Satsang, o encontro com esta Presença! Você não pensa sobre isso, porque, se assim faz, você se afasta da Realidade. Pensar significa ter ideias, tirar conclusões, concluir, ponderar acerca Disso; concordar ou discordar. Aqui, você dá um salto para fora da mente, do sentido do “eu”, e, então, essa Consciência, que é o Guru, se revela... Revela-se como essa Presença, como ausência da separatividade! Este é o fim do sofrimento, do medo e da ilusão. É o fim para esse “mim”, “eu”, para esse ego, para essa "pessoa”.
Quando eu falo sobre o seu Ser, não estou me referindo ao "seu" ego. Existe algo aí, sobre você, do qual você não tem consciência ainda, pelo fato de estar profundamente identificado com a mente, com os pensamentos, com as crenças, com os conceitos e ideias, com a experiência “corpo-mente-mundo”. Você está muito identificado com isso e esse é todo o problema! Portanto, realize aquilo que Você É! Tenha Amor a Si Mesmo! Levante-se, acorde, torne-se livre! Assuma essa Liberdade! Vá além desse “mim”! Isto significa tocar os pés do Guru, render-se ao Guru! Essa é a Real Devoção, é a Real Adoração, é a Real Entrega! Acompanham isso?
Isso não é para pessoas ponderadas e inteligentes. Isso é para Devotos! Pessoas ponderadas e inteligentes não entram nessa sala, ou não permanecem aqui me ouvindo por mais de três minutos. Não há nada de inteligente nessa fala, porque ela está vindo a partir da não-separação, da não-dualidade, e está se dirigindo a essa não-separação, a essa não-dualidade. Ela não está surgindo a partir da mente para a mente, mas sim nessa Consciência para essa Consciência. Isso é algo muito objetivo, direto, real, verdadeiro, mas não é inteligente (no sentido que a mente conhece). Portanto, você não pode obter nada com isso. Isso não vai lhe acrescentar nada! Isso significa essa “morte”, que é a morte da “pessoa”; a morte da ilusão dessa entidade presente, com toda sua habilidade, capacidade, perspicácia, ou seja, com tudo isso do qual o ego se orgulha muito.
Estamos falando de rendição, de entrega, de abandonar-se aos pés dessa Graça, dessa Presença, de deixar o controle, de tomar consciência de que não há "alguém" aí capaz de controlar o que quer que seja. Portanto, embora não seja inteligente, é Sábio! A Verdade é Sábia, é a Sabedoria! Portanto, escute com o seu Coração e não com a sua cabeça! Jogue fora a sua cabeça! Não tente analisar isso. Não pense sobre isso, porque seria fazer uso de conceitos para formar novos conceitos, o que a mente, com um ego “inteligente”, faz muito bem, mas não serve para nada aqui nesse espaço chamado Satsang. Apenas se permita, e o Despertar da Sabedoria acontece, de uma forma direta, real. Esta é a Real Inteligência, mas não é para inteligentes. Deus não trata com inteligentes.
Em alguma parte na Bíblia diz que a inteligência desse mundo é loucura para Deus e a Sabedoria de Deus é loucura para esse mundo. É disso que estamos falando. Portanto, torne-se aberto, receptivo, sensível. É necessário recomeçar, mas não recomeçar a aprender. Esse recomeço significa desaprender tudo o que você aprendeu até hoje! Assim, o florescer dessa Natural Inteligência acontece sem esforço. Esse é o Despertar do Guru, desse Guru que é Você em sua Real Natureza; o Despertar do Sábio, que é Você em sua Real Natureza, porque é isso que o Sábio faz: revela o Sábio! O Guru revela o Guru! O Mestre revela o Mestre!
Portanto, esqueça completamente essa ilusão: a ilusão da separação entre Guru e discípulo; entre aquele que sabe e aquele que não sabe. Então, isso é Meditação, Presença, Consciência, e isso é Ser, é o Real Guru! Assim, seja seu próprio Ser! Mergulhe em seu próprio Ser! Realize, constate, o seu próprio Ser! Na Realidade, não existe nenhum ego, “eu” ou “mim”; nenhum corpo, nenhuma mente, nenhum mundo.
Esta fala está bem direta para você aqui. Portanto, venha a Satsang! Entregue sua cabeça em Satsang! Livre-se dela! Esse é o sentido do aparecimento do Guru na sua vida. Você não pode fugir Dele. Você não pode fugir de Si Mesmo.
*Transcrito de uma fala ocorrida em 05 de Outubro de 2016, num encontro aberto online.
Para informações sobre os nossos encontros, clique aqui.

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